Em nota, o Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento afirmou que novas normas atendem a demandas do setor produtivo e da sociedade
CERVEJAS COM INGREDIENTES DE ORIGEM ANIMAL SE ENQUADRAM EM CLASSIFICAÇÃO DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E DO ABASTECIMENTO (FOTO: REPRODUÇÃO/PEXEL)
O Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (Mapa)publicou um decreto na terça-feira (10/07) permitindo a inclusão de matérias-primas de origem animal, como leite, mel e chocolate, em cervejas. Até a publicação do novo decreto, produtos que usavam esses ingredientes eram chamados de bebidas alcoólicas mistas. Agora, se enquadram como cervejas.
Em nota, o Mapa afirma que as novas normas chegam para atender a demandas do setor produtivo e da sociedade, “facilitando a padronização, o controle e a produção de cervejas no Brasil”. O principal objetivo do decreto é atualizar as disposições legais sobre a produção cervejeira no país. Segundo o Ministério, as disposições estavam defasadas em relação às regras internacionais sobre o assunto.
De acordo com Carlos Müller, coordenador-geral de vinhos e bebidas do Mapa, a única mudança com o decreto é a permissão de uso de matérias-primas de origem animal, como leite, chocolate com leite e mel, na produção de cervejas.
Não há, na nova definição, qualquer mudança em relação ao uso dos chamados adjuntos cervejeiros (como arroz e milho) na produção. Esses materiais podem substituir malte ou extrato de malte de cevada na elaboração da bebida.
Müller esclarece a questão, pois, diferentemente do antigo decreto, o novo documento não define o limite do emprego de adjuntos cervejeiros na bebida em 45%. Agora, o limite é definido pelo item 2.1.5. da Instrução Normativa n°54/2001. O que causou certa confusão após a divulgação. “Está em vigor o descrito da Instrução Normativa, e não existe qualquer modificação na quantidade de adjuntos permitidos para inclusão nas cervejas “, afirma Muller.
O coordenador explicou que não é do interesse do Mapa revogar ou diminuir os limites de malte de cevada. “Pelo contrário, estamos trabalhando para diminuir a desinformação quantos aos ingredientes utilizados em todas as bebidas e promover o emprego e valorização das matérias primas características, como o malte”, disse.